terça-feira, 11 de maio de 2010

6.3.1.3. - Os movimentos de unificação nacional

Baseados nos princípios das nacionalidades vários povos tornaram-se independentes ao longo do século XIX: 
  • Grécia e Bélgica em 1830 
  • Itália em 1860 
  • Império Alemão em 1871
Pela mesma época, povos que viviam divididos por autoridades locais e poderes ancestrais acabaram sendo unificados sob a tutela de um monarca em geral no final de processos demorados de alargamento de fronteiras e anexações de territórios feitas por via de guerras em geral de curta duração.




Itália 

A Itália ficou dividida no Congresso de Viena em sete estados.
Ao Papa soberano de um dos estados interessava a divisão política porque reforçava o seu poder e o preservava.
O outro grande inimigo da unificação italiana era o Império Austro Húngaro que dominava no norte e centro da península. Os italianos,desejosos de acabarem com a supremacia da Áustria,  iniciaram uma sucessão de pronunciamentos organizando-se várias sociedades secretas impulsionadas pela Maçonaria, entre as quais a Carbonária.

Em Nápoles deu-se uma revolta em  1820 tendo o rei promulgado uma Constituição o mesmo acontecendo no Piemonte onde o monarca foi proclamado rei de Itália.
Os austríacos restaeleceram a ordem e interveio em Nápoles e no Piemonte perseguindo os liberais e prendendo os patriotas.

A partir do reino do Piemonte e Sardenha, governado pelo rei Vitor Emanuel II iniciou-se o movimento de unificação com a ajuda do primeiro ministro Cavour e dos exércitos franceses com cuja ajuda os patriotas italianos combateram os austríacos e lhes conquistaram os territórios da Lombardia. Os piemonteses procuraram o apoio militar declarado da França e o Imperador Napoleão III desencadeando a reacção da Áustria que pretendia dominar ainda no norte de Itália.
A guerra entre a Áustria e a França iniciou-se tendo os exércitos franceses vencido os austríacos. No entanto sob a ameaça da intervenção prussiana a guerra foi suspensa com um acordo entre os dois países pelo qual a Áustria entregava o Piemonte à França que por sua vez o entregou aos piemonteses conservando apenas a Venécia.
Em 1860, os ducados de Parma, Modena e Toscana votaram em plebiscito pela integração na monarquia piemontesa e no centro da península, e  movimentos populares entregaram alguns dos territórios da Igreja ao rei Vitor Emanuel.
Finalmente o aventureiro Garibaldi conquistou os territórios do sul, Reino das Duas Sicilias, para a monarquia piemontesa, Nápoles e a Sicília. Vitor Emanuel avançou para sul e ocupou os estados pontifícios sendo aclamado rei de Itália no parlamento de Turim.
Vitor Emanuel foi coroado rei de Itália em 1861 e a Venécia integrada no estado italiano em 1866.
Em 1870 a Itália anexou o que faltava dos estados pontifícios aproveitando a saída das tropas francesas para combater a Prússia, para ocupar Roma e o que restava dos territórios pontifícios aceitando-se um status quo através da lei das Garantias de 1871 que mantinha a soberania do Papa, dos seus bens e as prerrogativas de um estado soberano.


A Confederação Germânica fundada em 1815 pelo Congresso de Viena era um grande estado reunindo vários territórios autónomos. Era formada por 39 estados soberanos entre os quais o império austríaco, o estado prussiano e muitos ducados, principados e cidades livres.
O soberano desta confederação era o imperador austríaco e a Áustria procurava ter ascendente sobre os territórios alemães. Os desejos de unificação dividiam-se porém entre os adeptos da chefia prussiana ou da austríaca.
A Prússia desejava a supremacia política sobre a região tendo-se desenvolvido bastante do ponto de vista económico e cultural,  armamento, comunicações, indústria, ensino universitário etc.
Em 1828, a Prússia iniciou uma união aduaneira com vários estados pequenos no sentido de desenvolver as relações económicas, o Zollverein sem barreiras alfandegárias criando uma poderosa força militar.
Em 1848 a Dieta de Frankfurt, espécie de parlamento federal propôs a unificação política de todos os territórios não austríacos mas o imperador da Prússia desejava uma união mais centralizada.
A partir de 1862 iniciou-se o movimento de unificação com recurso às armas sob inspiração do primeiro ministro de Guilherme I da Prússia, Otto Von Bismarck.
Por alturas da Guerra dos Ducados terminada em 1865  a Áustria ficou a administrar o ducado de Schleswig e a Prússia com o de Holstein. A Prússia alegou ter a Áustria a ambição de governar sobre os ducados e entrou em guerra com aquele império conseguindo em 1866 pela paz de Praga a expulsão da Áustria da Confederação Germânica formando-se a Confederação da Alemanha do Norte em 1867 constituída por 21 estados.
A guerra com a França permitiu à Alemanha adicionar mais alguns territórios à custa dos rivais latinos.
A sucessão do trono de Espanha ficou em aberto depois da expulsão do poder da rainha Isabel II perfilando-se como candidato Leopoldo de Hohenzollern casado com D. Antónia de Portugal mas aquele sendo primo do imperador prussiano, enfrentou a oposição da França que receava a supremacia da Alemanha na Europa. O imperador alemão interveio para retirar a candidatura do príncipe mas os franceses exigiram mais garantias que os prussianos não concederam iniciando-se a guerra Franco Prussiana com a invasão da França.
Travaram-se as batalhas de Sedan e Metz sendo presos 90 000 soldados franceses e o imperador. Conhecida a derrota os parisienses proclamaram a 3ª Republica e a França perdeu os territórios católicos da Alsácia Lorena com o Tratado de Paris de 1871. 



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