segunda-feira, 15 de março de 2010

6.1.1 - A Civilização Industrial - Expansão da Revolução Industrial

Ciência e Técnica

O desenvolvimento da indústria e da investigação resultou a partir de meados do século XIX num ciclo de desenvolvimento económico acelerado apoiado em descobertas da ciência, avanços da técnica e novas tecnologias:

  • Aceleração do ritmo das inovações
As empresas investem na investigação, laboratórios e técnicos. Os engenheiros assumem importância crescente na empresa pela ligação que estabelecem entre ciência e técnica. A invenção é produto de uma equipa e não apenas de um sujeito inventor. Progressos cumulativos. Novas formas de energia, novas industrias, novos meios de transporte e uma dinâmica inovadora impulsionada pela concorrência. 
  • Novas fontes de energia 
  • Novas indústrias 
  • Desenvolvimento acelerado das comunicações
Elemento essencial da industrialização, os transportes tornam-se fundamentais para movimentar de forma rápida e barata grandes quantidades de mercadorias a longa distância. Caminhos de ferro, navegação transatlântica e canais marítimos tornaram-se meios fundamentais de comunicação. 

No aspecto económico: 
  • livre concorrência
  • concentração empresarial 
As oficinas dão lugar às grandes empresas e a concentração industrial acelera-se no fim do século XIX. As empresas são cada vez maiores e concentram diversos tipos de actividades surgindo as concentrações verticais e horizontais. Surge o Fordismo ou produção em cadeia que articula a estandardização no fabrico com a divisão do trabalho na linha de montagem, o Taylorismo. Os sindicatos criticaram a Taylorização excessiva por impor um ritmo automatizado e alienante de produção com prejuízos para os empregados e as fábricas procuraram aumentar os salários para compensar os inconvenientes. 
Também os bancos seguem a mesma tendência de concentração. A necessidade de capitais para as grandes obras e empreendimentos nomeadamente nos transportes exigem a concentração de somas de capitais muito elevadas em bancos de depósito mas principalmente de investimento. 
  • optimização de recursos
  • desenvolvimento das trocas internacionais e do comércio interno sob o impulso de mais rápidos meios de comunicação que asseguram já a ubiquidade. 
  • capitalismo industrial e financeiro
Racionalização do Trabalho 

Exigências de produção obrigam à reformulação dos processos e da organização do fabrico. Surgem as grandes linhas de produção e adopta-se a organização padronizada da produção com a instalação de grandes linhas de montagem. O Fordismo pretende aumentar a produção e dominuir os tempos mortos da produção aplicando dois métodos de trabalho novos à linha de produção: 
  • Tailorismo segundo o qual o operário realiza apenas uma fase do processo de produção especializando-se num conjunto restrito de operações que realiza de forma automática e com grande destreza.
  • Estandardização segundo o qual são utilizados componentes iguais em vários dos itens fabricados, no sentido de reduzir os custos de produção mantendo a diversidade de artigos produzidos mas utilizando alguns componentes iguais. 
O Fordismo foi fortemente criticado no seu tempo porquanto foram-lhe atribuidos grandes inconvenientes do lado do operário e trabalhador. Assim procurou-se compensar tais inconvenientes com o aumento do salário correspondente aos ganhos de produtividade e aumento de lucros resultantes deste novo sistema de produção. 

Geografia de industrialização

Novas potências industrializadas surgiram a partir de finais do século XIX. França, Alemanha, Estados Unidos e Japão iniciaram percursos de industrialização com sucesso diferenciado apoiando-se em vantagens competitivas das economias respectivas. Acesso a mercados, abundância de matérias primas, desenvolvimento de novas indústrias, e apoios do Estado possibilitaram aos países iniciarem percursos de sucesso que no entanto conduziram o mundo a bloqueios de carácter político derivados de acções imperialistas praticadas pelos estados com maiores necessidades de expansão territorial surgindo o colonialismo intenso e as guerras. 

Formas tradicionais de produção e a persistência de técnicas e rotinas de produção fizeram persistir o antigo ao lado do novo em países altamente industrializados mas também em estados com grandes dificuldades no arranque industrial como Portugal

Agudização das diferenças- Entre o livre cambismo das economias poderosas e o o proteccionismo dos países menos industrializados


Numa época em que a maioria dos países desenvolvia políticas proteccionistas das suas indústrias domésticas  na sequência das doutrinas económicas tradicionais, os países mais industrializados propunham a liberalização económica e a adopção generalizada de políticas comerciais menos fechadas e mais liberais, na sequência do que era proposto por Smith ou Ricardo. Para este, seria a liberdade de comércio que asseguraria a riqueza de todas as nações.
Depois de adoptada pela Inglaterra, tal política foi aceite progressivamente pelas nações mais industrializadas a partir de meados do século XIX apesar da resistência dos países mais moderados e atrasados que hesitavam entre a abertura alfandegária e a protecção às suas indústrias. Tal foi o caso de Portugal como iremos ver.

As crises cíclicas.

Uma das desvantagens do livre cambismo veio a ser a ocorrência das crises cíclicas que passaram a afectar os países mais industrializados e os seus dependentes periodicamente, de 6 em 6 ou 10 em 10 anos. Manifestavam-se por vários sintomas:

  • excesso de capacidade produtiva 
  • baixa de preços e destruição de sotcks
  • suspensão de pagamentos aos bancos e Estados, desemprego e redução de salários
  • falência de bancos e empresas 
  • redução do consumo 
A frequência excessiva destas crises entre 1810 e 1929 levou a que a partir desta última os estados tenham abandonado o liberalismo económico excessivo adoptando políticas intervencionistas. 













































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